Sem ruídos

segunda-feira, maio 30, 2005

Depois do concerto

Para uma pessoa de tantas palavras, chegar a este ponto e não saber o que dizer!
"Water and dust" foi pelo menos o primeiro momento que pude observado a sua expressão, a sua força, a sua presença a cantar e a encantar.
Até breve Antony...

sábado, maio 28, 2005

Antony

Vou sair agora de casa... o concerto é só amanhã, mas já estou excitado só de pensar... esta ansiedade. Até tive cuidado ao escolher a roupa, não quero que ele me veja com uma roupa qualquer... Leiam o post que escrevi no I Am Music... Nem sei se vou conseguir dormir, já não me sentia assim sobre um evento cultural desde que fui ver bailado na Gulbenkian.
Amanhã quando chegar, já não vou ter tempo de postar... Aguardem até segunda-feira... eu não sei se vou aguentar...

sexta-feira, maio 27, 2005

finalmente... alguém que entra neste antro de silêncio

Quando era pequeno... ainda me lembro como se fosse hoje...
Não tenham medo, já passou... apesar de ser uma história triste, já passou...
Estava frio, não sei se seria Inverno, mas estava frio. Estava em casa com o meu irmão. Ainda pequenino, e na altura era mesmo pequenino, franzino, magricelas, baixinho, com o meu cabelo encacolado, triste, sozinho. Como me lembro de chegar a casa da minha avó, e ela gritar com a minha mãe "O rapaz vai morrer... tens de lhe dar comida", então o meu pai comprava vitaminas, obrigavam-me a comer a sopa, eu não conseguia, eu não gostava, eu vomitava, eu ficava sem comer, eu levava porrada, mas a sopa ficava por comer, assim como eu ficava o dia inteiro à frente do prato, mas era mais forte. Passados uns anos, o meu pai chegava a casa ao fim do dia e perguntava "Comeste alguma coisa?" Era nessa altura que eu me lembrava que era suposto eu comer, até então nunca me havia lembrado e perguntava "Mas porque precisamos nós de estar sempre a comer?" Não era disto que queria falar, voltemos atrás. Estava sozinho em casa com o meu irmão. Como começa, não me lembro. Do que não me esqueço é como terminava. De um momento para o outro, eu berrava com o meu irmão, um corria atrás do outro, ele berrava comigo. Apanhava-me, batia, eu corria atrás dele, chorava. Ele voltava, batia-me eu caia no chão, voltava-me a levantar, era pequeno, ele apesar de mais novo era maior, era mais forte... devia comer mais talvez... ele batia-me mas eu voltava-me a levantar, às vezes eu apanhava o que me vinha à frente, uma vez foi uma cadeira, outra um jornaleiro, outra foi uma faca. Quem sofreu foi a porta do quarto dele que teve de ser substituída. Mas de um momento para o outro, não era dor, da dor não me lembro. Não me lembro de doer, não sei se chegou a doer, não sei se foi nos braços ou nas pernas. Lembro-me de cair no chão, ficar sem ar. Lembro-me de ficar sem forças e chorar. Sufocava, soluçava. Era pequeno, não percebia o que se passava. Sentia o frio do chão. Estava frio. Mas não era Inverno. Ficava sem forças voltava a cair, ficava sem ar. Precisava de ajuda. Como chorava. Já não era criança. Não sei que estação do ano era. Podia ser Outono ou Verão. Mas não tinha ar...
Sentia o meu ouvido encostado ao chão. Tudo em volta era silêncio, dentro do meu coração tudo era silêncio. Estava frio, mas não era Inverno. Finalmente... deixo entrar alguém neste silêncio... levanto a cabeça do chão, continuo a chorar, já não sou pequeno. Não sei quanto tempo passou, às vezes ainda fico com falta de ar. Sobrevivi... o meu pai continua a perguntar se comi alguma coisa quando chega a casa. Às vezes tenho de mentir...

quarta-feira, maio 25, 2005

Lá fora junto às escadas

Podes deixar-me amanhã, mas eu não te vou deixar lá fora à chuva junto às escadas de entrada. Não gostei quando discutiste comigo há pouco ao telefone, estava feliz por ouvir a tua voz e deixáste-me triste... logo, ao deitar, vou precisar de palavras doces para adormecer, sossegado a ouvir o teu coração a bater junto do meu peito.
Tiveste um dia de cansaço, deixa-me levar-te a passear, vamos ver o mar, ver as estrelas, sentir a tua mão agarrada à minha quando caminhamos pela areia. Puxas-me pelo braço, corremos ao som da brisa, está frio, tenho de te emprestar o meu casaco, abraçar-te e aquecer os teus braços desprotegidos.
Porque estás longe agora?
Tenho saudades tuas, é a primeira vez desde que estamos juntos... as coisas estão a tornar-se mais intensas... não voltes a discutir comigo ao telefone... fico triste e vou dormir com uma lágrima no olho...
Vejo-te junto à porta, com o cigarro nas mãos, olhas para a relva que orgulhosamente disseste que cortaste e eu nem reparei quando cheguei a casa... passaram dois dias, mas foi agora...

"So where is the passion when you need it the most
Oh you and I
You kick up the leaves and the magic is lost"

(Bad Day by Daniel Powter)

Quero palavras doces ao deitar...
Um beijo...

terça-feira, maio 24, 2005

Enxaquecas

São dores de cabeça horríveis que eu sinto agora...
Nem posso tocar nela, sinto logo pontadas... será cansaço? Só sei que não consigo trabalhar, não consigo fazer nada... um dia perdido, e é que nem dá para descansar de jeito...
Todos temos as nossas cruzes, os nosso dias de pagamento, por tanto mal que fazemos ao próximo... quase que pareço religioso a falar...
Sorte amanhã passa...

domingo, maio 22, 2005

Eu

Por que é que eu falo de mim na terceira pessoa?

this weather by patrick wolf

Pelas sombras.
Fiquei desiludido contigo... muito desiludido mesmo. Dizes o que não dizes, não contas o que dizes, sentes o que não contas, pensas apenas em ti, no que tu queres, no que tu pensas, apenas naquilo que sentes e naquilo que os outros acham de ti... tornaste-te numa pessoa que eu não gosto, numa pessoa que não me diz nada...

Ao por do sol.
Em breve o tempo revelará o que sinto por ti, o que realmente és para mim... caminho em frente, não olho muito para trás, se quiseres segue tu as minhas caminhadas, não vou correr mais atrás de ti...

sexta-feira, maio 20, 2005

eu só eu

Ain't nobody's love that can help me
É num instante,
são palavras rápidas
sim mesmo a correr
já me estou a levantar
o computador fica ligado
mas o meu corpo,
a minha mente,
os meus sentimentos
vão comigo para onde eu for
e eu vou sair
sair daqui,
nem que seja em pensamento
estou farto
cansado
que vida é esta?
quem sou eu ao fim do dia?
ain't nobody's love that can help me

quinta-feira, maio 19, 2005

A expressão dos meus sentidos

ouço paladares que os meus dedos nem sentem
de dentro de mim,
inconscientemente,
os meus sentimentos comunicam palavras mudas
este cansaço distraí-me
não consigo sentir o sabor da tua pele,
o odor de quando fazemos sexo
perco-me sem razão
falo sem expressão

quarta-feira, maio 18, 2005

A minha mãe não me deixa ser um coelho

- Senhor Lobo, posso sair da minha toca? - perguntei eu sem conseguir espreitar para o lado de fora da toca.
- Claro que sim, senhor Coelho. Não te vou fazer nenhum mal. Não deves ligar às fábulas antigas, isso era antes, agora os lobos não comem coelhos! - respondeu o lobo em voz alta, com os olhos arregalados à espera de qualquer movimento vindo da toca.
Dentro da minha toca, pensei. Não queria acreditar nas histórias que a minha mãe contava quando eu estava para adormecer, com os lençóis puxados até ao queixo, para me confortar. Como era ainda pequenino e inocente.
Acreditei na palavra do lobo.
Quando estendi a cabeça para fora da toca, espreitei, vi o Sol, vi os olhos do lobo a olhar para mim.
- Olá senhor Lobo! - disse eu confiante.
- Olá senhor coelho, olha como está um lindo dia...
- Sim está um lindo dia. - concordei eu saindo para fora, pisando a terra castanha e húmida.
- Sim está um lindo dia para te comer... - e neste instante o lobo de um movimento brusco, abriu a boca em minha direcção, agarrou-me no pescoço sem nunca mais largar...
Fui perdendo forças, os sentidos e em breves momentos fui vontade...

terça-feira, maio 17, 2005

Na nossa conversa

Foi ontem durante a nossa conversa que eu senti,
que eu senti que algo de errado estava a fazer

Apenas quero ser feliz,
não te explico como,
não te questiono porque estás aí parado

Vem ter comigo,
seca-me estas lágrimas
Abraça-me durante a noite
quero sentir o teu corpo

Foi um dia longo, cheio de pequenos momentos
agora cansado, tento fechar os olhos

Sim é contigo
anda
faz-me feliz

domingo, maio 15, 2005

Duas partes

Primeira parte.
Quase que parecem os episódios do Star Wars (sim que o sir Lucas não quer que se diga Guerra das Estrelas). Estes últimos dias têm sido uma azáfama...

"Love can build you up
Love can take you down
Love can change the world
This is what about
Love can make you happy
Love can make you cry
Love can be the best
Until it passes you by"

Pouco tenho dormido, muito tenho andado de carro, muitas aulas tenho dado, muito trabalho, muita música tenho ouvido, "Shine On". Sim sorri... sorrio? Ontem o por do sol estava lindo, enquanto passávamos pela auto-estrada.

Segunda parte.
Que confusão!
Porque não falas de ti, do que sentes? Sim tu, falo de ti... Responde-me quando falares comigo daqui a uns minutos. Às vezes sou louco, nos meus sonhos fui ver o mar e lá estavas num numa esplanada à minha espera. A pizza ao jantar soube mesmo bem, tenho um irmão maravilhoso que guardou uma parte dele para mim. Acho que daqui a pouco parto para Las Vegas...

Contra a Homofobia

Decorreu hoje uma manifestação pelas ruas de Viseu contra a Homofobia.
Agradecemos todos nós cidadãos civilizados a todos os presentes e todos os que partilham e acreditam numa sociedade livre, democrática e respeitadora de pessoas - cidadãos.

quinta-feira, maio 12, 2005

Como o tempo passa depressa

tudo corre, nada está parado.
desde os segundos, os minutos, as horas, os dias... também os meus sentimentos correm, correm a uma velocidade estonteante. aquilo que sentia ontem já não sei se o sinto hoje... mentira, claro que o sinto, os sentimentos não mudam de dia para dia, mas a forma como os sinto, a forma com os encaro mudou. isso sim muda, tão depressa que às vezes assusta.

mas há uma coisa que não muda, essa permanece permanece, parece estática, mas é algo que me acompanha. e esta vontade de andar de comboio, ir ao teatro, passear... quase que queria ter asas e voar, ter uma "passarola", acreditar que tudo vai correr bem e amanhã vou acordar a sorrir ao teu lado...

domingo, maio 08, 2005

Foi ontem, já passou...

Estranho, deixei-te à porta de casa. Já andei 50km, agora ouço Bloc Party, sentado neste café. Já coloquei um pacote de açúcar ao bolso. Não foi quando te deixei, já tinha sido antes. Houve alturas em que falavas e eu não estava a escutar. Sei o que dizias, mas ao mesmo tempo estava abstraído noutro local, com o pensamento em ti mas em mim. De repente, tinha deixado de ter importância, tinha deixado de fazer sentido. Tu tinhas dito, espera mais uma semana, pois acho que uma semana foi tempo demais. Nunca escondi o que sinto por ti. Tu entraste em casa, eu senti-me, tu sentiste-te estranho, o teu olhar não mente. Não sei, penso nas férias. Este CD é muito bom... Só me apetece levantar e dançar. Falavas, eu ouvi, e pela primeira vez não senti pressão em ter que falar. Sei que era o que esperavas - que eu respondesse, mas pela primeira vez não senti necessidade "i'm on fire, 'cause i'm on fire". Eu desejo-te, mas tenho medo que as tuas características, as tuas particularidades se tornem defeitos, daqueles defeitos que se tornam insuportáveis, em que tu abres a boca e eu abstraío-me, não ouço. Ouço mas não estou lá! Não tenho medo de te perder, não tenho medo de te conquistar. Ontem inventei um som e um desenho para o medo. Ele era lindo, ficava tão bonito à minha frente no papel. Olhava para ele. Ele sorria para mim. Mas o medo não sorri, o medo assusta. Mas porque não tive medo do medo? Porque é que ele me faz companhia? ...
Chegáste, tive de parar de escrever... a conversa foi muito agradável... se me tivesses visto, ias ficar orgulhoso de mim, pois eu comunico, falo, converso, discuto, debato, comunico... não sei porque não o faço contigo! Falei de muitas coisas, escutei com atenção muitas mais... mas não quero misturar todos estes sentimentos, que têm de estar separados, pertencem a pessoas diferentes, uma não tem a ver com a outra... Oh Róisìn Murphy, sow into you, sow into me... canta ao meu ouvido, liberta-me... durante o café revivi a história da rapariga com um coração maior do que o próprio corpo, sim aquele coração tão grande que as pessoas olham de lado e não conseguem lidar, aquela capacidade de entrega, de gostar, de amar, que nos ultrapassa, cresce a cada minuto em que penso em ti... pelo caminho, apeteceu-me tornar possível que todas pessoas ouvissem a música (Wires dos Athlete, que todas as pessoas amassem, que a chuva começasse a cair dos céus, que o som do mar chegasse um pouco mais perto, que aquelas luzes ao fundo não fugissem de mim, queria queria queria... como se chama uma pessoa que muito quer?)
Pétalas de milhares de flores voam pelos campos verdes, as pedras da calçada desviam-se para te fazer sentir o chão cru daquela terra que eu quis sacrificar... como foi possível, como tudo chegou aqui e agora não consegue voltar para trás nem sabe para onde caminhar... felizmente amanhã é um novo dia.

sexta-feira, maio 06, 2005

Feel my heartbeat

Já comprei!
Já comprei os bilhetes para o concerto do Antony and the Johnsons na Casa da Música!! Estou tão contente!! E mais ainda o Alexandre vai comigo :) Vou começar a fazer contagem decrescente para o concerto (just kidding...) (hhuumm faltam 23 dias)
Estou cansado, esta semana foi muito mais calma, mas ao mesmo tempo desgastante a nível emocional, depois tanto trabalho acumulado, tantas horas de sono perdidas nos últimos meses, que chega uma altura como ontem que adormeço no sofá aos primeiros minutos de "Whoopi"...
Vou para a cama ver episódios da Ally McBeal...

quinta-feira, maio 05, 2005

A minha áurea...

Ontem fiquei supreendido...
A Alexandra, durante o almoço, vira-se para mim e diz-me: "Ricardo o que se passa? Tu não estás cansado, estás triste. Onde está a tua áurea?"
Onde está a minha áurea?

são lágrimas

São salgadas...
são lágrimas que sinto fugirem de dentro de mim...
são lágrimas estas coisas estranhas que sinto, aqui junto a mim, quando agarro os cabelos e me torço todo pelo chão, neste chão frio e tão sozinho, porque não é tudo sempre a preto e branco, aí como dói, tão lentamente, com falta de ar.
São pequenas...
oh por favor, protege-me, deste medo de nunca te encontrar, deste ser um girassol que brilha ao sol durante o verão; abraça-me durante esta canção, em que respiro solidão rodeado por todas as tuas palavras, nunca me disseste o que sentias, nunca fugi de olhar para ti durante a noite enquanto dormias.
São minhas...
são da lua que lá fora me olha pela janela; são tuas que procuras o rumo nestas águas agitadas pelo vento que vem do norte. Não quero mais, não sei o que quero, não sei se resisto, não sei que palavras um dia usei para te expressar que dentro de mim só queria não ter palavras para te dizer o que sinto.
São lágrimas...
não sei de que são feitas, não consigo libertá-las deste sentimento, somos apenas nós os dois, eu e tu, sem saber que por qualquer motivo, eu sem ti não tenho significado, não tenho forças, este chão é escuro, as lágrimas secaram, presas a este corpo como o sal do mar na minha pele nos dias de sonho em que viajo pelas nuvens do desejo.

De galopante

De galopante,
Subi três lanços de escada e cheguei ao céu
Olhei pela falésia
E fiquei cheio de medo,
Não sabia que tinha medo do escuro,
Mas saltei…
Saltei para a berma da estrada,
E as ondas do mar balançavam cada vez mais
Entrávamos na órbita de Marte
E eu pedalava cada vez mais na minha bicicleta de três rodas
Atrás de mim as crianças pediam gelados
Mas fui comprar pipocas e entrei na sala 3 do cinema
A meio do filme gritei
E o realizador também gritou “Corta!”
Os actores vieram atrás de mim
Mas fugi…
Fugi com o carro da minha namorada,
Disse-lhe que ia comprar cigarros
Claro que nunca mais me viu,
Nem a mim nem ao carro…
Na auto-estrada abandonei-o,
Pedi boleia até ao Woodstock
Mas quando cheguei já tinham actuado os Beatles
Voltei…
Voltei as costas e caminhei até ao rio mais próximo
No Sena mergulhei para me despedir do último dia de Primavera
Mas uma andorinha gigante sobrevoou em voo picado e salvou-me
Por pouco morria afogado!
Porquê é que não me tinha lembrado que não sabia nadar?
Enxuguei a roupa ao lume,
Saí à rua e apanhei o primeiro táxi
Fui até à baixa aos saldos
Comprei…
Comprei quilos de amor, litros de felicidades,
Ao chegar a casa misturei tudo e tomei a porção mágica de uma vez
Desmaiei, e quando acordei estava nas nuvens
E de galopante,
Desci as escadas até ao rés-do-chão
Tinha duas cartas no correio
Uma era do meu pai que estava na África do Sul
A outra voou sem saber de quem era
Ainda corri atrás,
Mas o senhor da lotaria disse-me que era a sorte grande
Então comprei o número 163 502 067…
No domingo fiquei a saber que me tinha enganado
Como queria ser rico e comprar muitas penas
Ia construir umas asas para voar e viajar até à China
E nos céus olhava para baixo,
Via os meus filhos a passear perdidos no recreio da escola
O carro dos bombeiros fazia soar a sirene,
Mas ao virar da esquina chocou com o carro da funerária
Ninguém ficou ferido
Continuei…
Continuei até ficar cansado e parei em cima de uma cerejeira
Já não comia cerejas há tanto tempo
E depois fiquei com sono,
Queria dormir nas não tinha a minha almofada
Desfiz as asas e adormeci,
Não sei onde estava,
Nem sei se cheguei a acordar
Não me lembro de mais nada
Mas nos meus sonhos,
Eu subia e descia umas escadas muito altas
De galopante
Três laços de cada vez, não eram dois nem quatro
Eram três de cada vez
Dava um mergulho e secava a pele ao sol
Olhava o pôr-do-sol ao som de uma sereia desencantada
Fechava os olhos e eram sempre aqueles elefantes brancos que via
Lembrei-me dos cinco dias que passei à sede no deserto
Insistia que a minha bússola marcava o Sul
E andei sempre para Oeste sem parar
Outro australiano perdido socorreu-me
E juntos fomos até ao Rio de Janeiro
Era Natal e tomámos um barco até casa
Ainda chegámos a tempo da Páscoa
Mas os coelhinhos já tinham as suas crias crescidas
Sentei-me no sofá
Abri a porta do frigorífico e bebi um refresco
Estava cheio de sede e cansado
Quis parar…
Parar de correr atrás dos sapatos castanhos que ofereci
Mas de galopante
Subi três lanços de cada vez até ao sótão
Peguei nos meus álbuns de fotografias
Recortei as notícias dos jornais e separei as vogais das consoantes
Fiz um jardim zoológico e bebi um copo de leite
Comi umas bolachas de aveia
E a minha avó cantou-me uma canção de embalar
Deixei-me ficar quedo sem respirar…

quarta-feira, maio 04, 2005

Heikki

My friend Heikki was trying to read my blog, but unfortunnally in Finland they don’t speak portuguese, so this post is dedicated to him!

Special words to someone that is very dear to me right now.
Sometimes, for more effort that we make some feelings cannot ever be ours. I wish I could dry your tears, to help you in your sorrow, to make stop the sadness and the pain you are feeling inside, but I can’t, only time can easy that. I can’t only let you know that I’m by your side now and always… kisses.

Heikki, I’m waiting for your CD lol! And soon I will waiting for your (mine) painting! Thanks…

Second Edition

A primeira edição esgotou a validade... felizmente tinha tudo guardado, mas o que já passou passou, as memórias ficam no entanto para sempre comigo...
Aqui início uma nova fase, quem sabe um dia não publico novamente alguns dos meus posts mais antigos.