Sem ruídos

domingo, junho 18, 2006

Viajando pelas ruas que nunca chegam a ver a luz do dia

naquela vila, perdida por estradas estreitas,
em que as janelas estão todas fechadas
e ninguém espreita pelas entranhas das portas,
caminhava todos os dias em direcção do mar

era delicada entre os seus movimentos perpétuos,
vem fogo e consome-me nestes dias de verão,
deixa-me deslizar ao lado dela por estas passagens
e transforma-me os abraços em raios de sol

vasos de flores às janelas, o sino a tocar,
a procissão na igreja e os barcos de regresso
tanta azáfama num dia de baile

concede-me o prazer desta dança,
entra comigo nesta porta azul a olhar para o céu
e subimos até à janela à espera do nascer do dia